103.1.1.01 - ORIGEM:
Em fins de 1908, uma familia tradicional de Neves estado do Rio de Janeiro, foi surpreendida por uma ocorrência que tomou aspecto sobrenatural: O jovem Zélio Fernandes de Moraes que fora acometido de uma estranha paralisia, que os médicos não conseguiam debelear, certo dia ergueu-se do leito e declarou: "Amanhã estarei curado". ![]()
No dia Seguinte levantou-se normalmente e
começou a andar, como se nada, antes lhe houvesse tolhido os movimentos.
Contava apenas com dezessete anos e destinava-se a carreira militar na
Marinha.
A medicina não soube explicar o que tinha
ocorrrido. Os tios, que eram padres católicos, foram colhido de surpresa e
nada esclareceram sobre a misteriosa ocorrência. Um amigo da família,
sugeriu então, uma visita à Federação Espírita de Niterói, presidida por
José de Souza na época. No dia 15 de Novembro de 1908, o jovem
Zélio foi convidado a participar de uma sessão, o dirigente dos
trabalhos determinou que ele ocupasse um lugar à mesa.
Tomado por um força estanha e superior à sua
vontade, contrariando as normas que impediam o afastamento de qualquer
membro da mesa, o jovem Zélio levantou-se e disse:
"Aqui, está faltando
uma flor!" -
Levantou-se, retirou-se da sala. Pouco depois, voltou trazendo
uma rosa, que depositou no centro da mesa. Essa atitude insólita causou um
tumulto.
Restabelecida a "corrente" manifestaram-se
espíritos que se diziam pretos, escravos, índios, caboclos, em diversos
médiuns. Esses espíritos foram convidados a se retirar pelo presidente dos
trabalhos, advertidos do seu estado de atraso espiritual.(Fonte: Seleções
da Umbanda, em 1975)
A insistência dos dirigentes da mesa, para que
os espíritos de negros, escravos, não perturbassem a sessão, causou uma
discussão acalorado, entre o espírito que Zélio incorporava com os demais
que queriam doutriná-lo.
Zélio tinha argumentos sólidos, e um dos
médium da mesa, perguntou ao espírito que estava incorporado no Zélio:"
Porque o irmão, fala
nestes termos, pretendendo que esta mesa aciete a manifestação de espiritos
que, pelo grau de cultura que tiveram, quando encarnados, são claramente
atrasados? E, qual teu nome irmão?"
Zélio Respondeu, incorporado: "Se
julgam atrasados esses espíritos dos pretos, índios, caboclos, devo dizer
que amanhã estarei em casa desse aparelho (corpo do médium Zélio), para dar
início a um culto em que esses pretos e esses índios poderão dar a sua
mensagem e, assim, cumprir a missão que o plano espiritual lhes confiou.
Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve
existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados. E se querem saber
meu nome que seja esse: Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque não haverá
caminhos fechados para mim."
Continuou:
"O que você vê em
mim, são restos de uma existência anterior. Fui padre e o meu nome era
Gabriel Malagrida. Acusado de bruxaria fui sacrificado na fogueira da
Inquisição em Lisboa, no ano de 1761. Mas em minha última existência física,
Deus concedeu-me o privilégio de nascer como caboclo brasileiro."
Anunciou também o tipo de missão que trazia
do Astral:
"Se julgam atrasados os espíritos de pretos e índios, devo dizer que amanhã (16 de novembro) estarei na casa de meu aparelho, às 20 horas, para dar início a um culto em que estes irmãos poderão dar suas mensagens e, assim, cumprir missão que o Plano Espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados.”
O vidente retrucou: "Julga
o irmão que alguém irá assistir a seu culto?" - perguntou
com ironia. E o espírito já identificado disse:
"Cada colina de Niterói atuará como porta-voz, anunciando o culto que amanhã iniciarei".
Para
finalizar o caboclo completou:
"Deus,
em sua infinita Bondade, estabeleceu na morte, o grande nivelador universal,
rico ou pobre, poderoso ou humilde, todos se tornariam iguais na morte, mas
vocês, homens preconceituosos, não contentes em estabelecer diferenças entre
os vivos, procuram levar essas mesmas diferenças até mesmo além da barreira
da morte. Porque não podem nos visitar esses humildes trabalhadores do
espaço, se apesar de não haverem sido pessoas socialmente importantes na
Terra, também trazem importantes mensagens do além?"
No dia seguinte, na
casa da família Moraes, na rua Floriano Peixoto, número 30, ao se aproximar
a hora marcada, 20:00 h, lá já estavam reunidos os membros da Federação
Espírita para comprovarem a veracidade do que fora declarado na véspera;
estavam os parentes mais próximos, amigos, vizinhos e, do lado de fora, uma
multidão de desconhecidos.
Às 20:00 h,
manifestou-se o Caboclo das Sete Encruzilhadas. Declarou que naquele momento
se iniciava um novo culto, em que os espíritos de velhos africanos que
haviam servido como escravos e que, desencarnados, não encontravam campo de
atuação nos remanescentes das seitas negras, já deturpadas e dirigidas em
sua totalidade para os trabalhos de feitiçaria; e os índios nativos de nossa
terra, poderiam trabalhar em benefício de seus irmãos encarnados, qualquer
que fosse a cor, a raça, o credo e a condição social.
A prática da caridade,
no sentido do amor fraterno, seria a característica principal deste culto,
que teria por base o Evangelho de Jesus.
O Caboclo estabeleceu
as normas em que se processaria o culto. Sessões, assim seriam chamados os
períodos de trabalho espiritual, diárias, das 20:00 às 22:00 h; os
participantes estariam uniformizados de branco e o atendimento seria
gratuito. Deu, também, o nome do Movimento Religioso que se iniciava:
UMBANDA – Manifestação do Espírito para a Caridade.
A Casa de trabalhos
espirituais que ora se fundava, recebeu o nome de Nossa Senhora da Piedade,
porque assim como Maria acolheu o filho nos braços, também seriam acolhidos
como filhos todos os que necessitassem de ajuda ou de conforto.
Ditadas as bases do
culto, após responder em latim e alemão às perguntas dos sacerdotes ali
presentes, o Caboclo das Sete Encruzilhadas passou a parte prática dos
trabalhos.
O caboclo foi atender
um paralítico, fazendo este ficar curado. Passou a atender outras pessoas
que haviam neste local, praticando suas curas.
Nesse mesmo dia
incorporou um preto velho chamado Pai Antônio, aquele que, com fala
mansa, foi confundido como loucura de seu aparelho e com palavras de muita
sabedoria e humildade e com timidez aparente, recusava-se a sentar-se junto
com os presentes à mesa dizendo as seguintes palavras:
"
Nêgo num senta não meu sinhô, nêgo fica aqui mesmo.
Isso é coisa de sinhô branco e nêgo deve arrespeitá."
Após insistência dos
presentes fala:
"Num
carece preocupá não. Nêgo fica no toco que é lugá di nego."
Assim, continuou
dizendo outras palavras representando a sua humildade. Uma pessoa na reunião
pergunta se ele sentia falta de alguma coisa que tinha deixado na terra e
ele responde:
"Minha
caximba. Nêgo qué o pito que deixou no toco. Manda mureque busca."
Tal afirmativa deixou
os presentes perplexos, os quais estavam presenciando a solicitação do
primeiro elemento de trabalho para esta religião. Foi Pai Antonio também a
primeira entidade.
Assim Zélio se tornou o Sacerdote de
Umbanda, dando início a uma nova religião:
(Revista Planeta - Candomblé e Umbanda -Ari
Moraes)
A Umbanda é uma religião brasileira, fundada em
15/11/1908, e
fundamentada em 3 pilares que são sua base de sustentação: O AMOR, A
CARIDADE E A HUMILDADE, composta de um deus único (OLORUM), que é o criador
de tudo e todos, onde seus frequentadores (chamados também de "filhos de
fé") reverenciam entidades superiores denominados ORIXÁS, sendo o principal
Jesus (OXALÁ).
![]() A Umbanda não recorre aos sacrifícios de animais para assentamento de Orixás, e não tem nessa prática legítima do Candomblé um dos seus recursos ofertatórios às divindades, pois recorre às oferendas de flores, frutos, alimentos e velas quando as reverencia. A fé é o principal fundamento religioso da Umbanda e suas práticas ofertatórias isentas de sacrifícios de animais, é uma reverência aos Orixás e aos guias espirituais recomendando-as aos seus fiéis, pois são mecanismos estimuladores do respeito e união religiosa com as divindades e os espíritos da natureza ou que se servem dela para auxiliarem os encarnados. Encontramos aqueles que crêem que os Exús são entidades (espíritos) que só fazem o bem, e outros que crêem que os Exús podem também ser neutros ou maus. Observe-se que, muitas vezes, os médiuns dos terreiros de Umbanda e mesmo de Candomblé e dos centros Kardecistas não têm uma idéia muito clara da natureza da(s) entidade(s), quase sempre, por falta de estudo da religião. |
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Existe grande confusão em torno de Exu,
principalmente quanto a sua errônea concepção com o
demônio dos católicos. Num estudo profundo sobre a
mitologia africana, principalmente a Iorubana,
poderemos constatar que Exu não é diabo, mas, sim,
um Deus, responsável pelas mensagens dos Orixás. Na
verdade, Exu serve de intermediário entre os Orixás e
os adeptos do Candomblé. Cada Orixá possui seu Exu,
assim também como cada pessoa. O trabalho de
Exu é,
principalmente, o da comunicação, por este motivo
ele é o senhor das vias de acesso, como estradas,
atalhos, caminhos e encruzilhadas.
Exu possui grande importância dentro dos cultos
afro-brasileiros, visto que, sem seu apoio, as
mensagens e os pedidos não chegarão aos
Orixás.
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103.1.1.04 -
DESPACHOS:
Os trabalhos malignos ( os tão famosos popularmente chamados de "pactos com o diabo", “Despachos”,"Coisa feita","Trabalho do Mal", "ebó", "Macumba", "Mironga", "Muamba" ), como matar por exemplo, Não são acordos feitos com os Exús, mas, com os KIUMBAS, entidades que agem na surdina, fazendo-se passar pelos Exús, atuando em terreiros que não praticam os fundamentos básicos da Umbanda que são:
Videntes os vêem nestes lugares e erroneamente dizem que eles são de lá. Devido a esta característica, os Exús, são confundidos com os Kiumbas, que são espíritos trevosos ou obsessores, são espíritos que se encontram desajustados perante à Lei. Provocando os mais variados distúrbios morais e mentais nas pessoas, desde pequenas confusões, até as mais duras e tristes obsessões. São espíritos que se comprazem na pratica do mal, apenas por sentirem prazer ou por vinganças, calcadas no ódio doentio. Aguardando, enfim, que a Lei os "recupere" da melhor maneira possível (voluntária ou involuntariamente).
Kiumbas
vivem no baixo astral, onde as
vibrações energéticas são densas. Este baixo astral é uma enorme "egrégora"
formada pelos maus pensamentos e atitudes dos espíritos encarnados ou
desencarnados. Sentimentos baixos, vãs paixões, ódios, rancores, raivas,
vinganças, sensualidade desenfreada, vícios de toda estirpe, alimentam esta
faixa vibracional e os kiumbas se comprazem nisso, já que sentem-se mais
fortalecidos.
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Não há necessidade de ingestão de bebidas, mas seu uso
externo se faz porque o álcool volatiza-se rápidamente, servindo como
condensador energético para desintegrar miasmas pesados que ficam
impregnados nas auras dos consulentes além de agir como elemento volátil de
assepsia do ambiente.
103.1.1.06 - Vestimentas e o
Trabalho:
Na umbanda usa-se como roupagem para os médiuns apenas roupa branca e descalço, representando a simplicidade e humildade. Na Umbanda, a assistência pode consultar as entidades diretamente, sem precisar do jogo de Búzios, uma vez que as entidades podem utilizar o corpo do médium para se comunicar. Essa consulta só pode acontecer nos dias de gira de trabalhos, essa gira é especialmente para isso. Existem outras giras, como por exemplo a Gira de Desenvolvimento, onde os médiuns novatos praticam e se aperfeiçoam na comunicação com o orixá e entidades. |
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Há ainda para se
dizer que na Umbanda os orixás maiores ou santos (Iemanjá, Oxóssi, Xangô,
Ogum, Oxum, Iansã, etc) não falam, quando eles "baixam" no terreiro, só sua
presença já é uma benção, os santos não tem a falange (linguajar) para que
as pessoas possam entender, eles já transcenderam da Terra há muitos anos e
adquiriram muita luz, portanto, aqui na Terra, o máximo que fazem são emitir
sons (ou mantras) como por exemplo o canto de Iemanjá, que para uns pode ser
um canto e para outros um choro.
As consultas ficam por conta das entidades de cada linha como por exemplo: os baianos, preto-velhos, boiadeiros, marinheiros, crianças, etc, que por estarem mais próximos de nossa realidade (pois desencarnaram a apenas algumas décadas - como no caso dos pretos-velhos), podem nos ajudar por conhecerem bem mais de perto os problemas terrenos. ![]() Outra característica marcante é o congar de um terreiro de Umbanda que tem, lado a lado, imagens de santos católicos (estes representando os orixás) e imagens das entidades (marinheiros, caboclos ameríndios, pretos-velhos, crianças, etc) e também podem ter outras imagens como de Santa Luzia, Santo Agostinho, Santo Expedito, etc. Em terreiros de candomblé cada orixá tem seu lugar, como por exemplo um quartinho, onde ficam os objetos do orixá. Os médiuns também não precisam ficar o dia inteiro no terreiro e nem dedicar todo o seu dia a ele, basta apenas ter a responsabilidade de estar nos dias de gira e cumprir sua missão com amor e caridade no coração. Os médiuns não incorporam cada um um orixá, os médiuns seguem a linha que os tabaqueiros e o Ogan (sabendo-se que ele só irá puxar um ponto quando o Pai ou Mãe de Santo autorizar) puxam, por exemplo, se estiverem cantando um ponto sobre Oxóssi, os médiuns e a assistência já sabem que quem vem para trabalhar são os caboclos. |
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Outra diferença básica é como
os médiuns se preparam para incorporar, ao contrário do Candomblé que dançam
num círculo em movimento, rodopiando seus corpos ao som dos atabaques e
outros instrumentos, na Umbanda o médium fica parado, acompanhando por
palmas os pontos cantados e esperando o momento exato para a incorporação
dos orixás ou das entidades.
As roupas são brancas em geral e o uso das cores fica reservado para os Pais e Mães de Santo e em dias de festa e homenagem no terreiro. As roupas pretas e vermelhas são usadas em dia de Gira de Exu, e também reservado apenas ao direito do médium de incorporação e Pais e Mães de Santo, os outros médiuns (novatos, ogans, cambones, etc) devem usar roupas brancas somente ou com uma fita vermelha presa a sua cintura. Cada orixá vibra em uma cor, por exemplo, Oxossi vibra na cor verde assim como Iansã na cor amarela, mas indiscutivelmente o branco (Oxalá) é aceito por qualquer linha. 103.1.1.07 - Linhas e Falanges:
No candomblé os orixás formam um sistema, estando
ligados por laços de casamento e descendência; por exemplo: Nanã é a
ancestral feminina, a avó, enquanto Ogum é filho de Oxalá com Iemanjá e
assim por diante. Assim no candomble cada orixá tem sua história, suas
paixões, lutas e apresentam preferências alimentares de cada um, cores,
roupas, adereços, etc.
Os espíritos dos antepassados bantos e as entidades ameríndias - os caboclos - não apresentam esse tipo de organização: estão distribuídos em aldeias, reinos, tribos e, em vez de formarem um sistema, justapõem-se entre si. Com a influência do kardecismo, a Umbanda usa para sua organização o que chamamos de LINHAS e FALANGES - princípios de organizações e classificação dos espíritos. Linhas e Falanges constituem divisões que agrupam as entidades de acordo com as afinidades intelectuais e morais, origem étnica e, principalmente, segundo o estágio de evolução espiritual em que se encontram, no astral. |
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![]()
De acordo com os mais variados
critérios e sem limite de número, o que na prática se traduz em uma
multiplicidade de esquemas, a partir das sete linhas tradicionais da
Umbanda, por sua vez subdivididas em sete falanges ou legiões.
Cada terreiro tem a sua forma de interpretar a Umbanda, os ritos também
diferem de casa para casa. A maioria utiliza atabaques e outros instrumentos
musicais para acompanhar os seus pontos cantados, mas alguns só cantam seus
mantras. Toda gira de umbanda tem como base o processo de defumação -
elemento característico das giras - que consiste na queima de ervas
essenciais, com o fundamento de limpeza do campo áurico energético das
pessoas e do ambiente para que a faixa vibracional seja ajustada para o
recebimento das entidades que ali trabalharão.
As giras se iniciam com os pontos cantados, defumação e a incorporação. Após a incorporação do médiuns (cavalos) pelos seus respectivos guias, inicia-se o atendimento espiritual para o público, em que a todos são convidados a tomar um "passe" com os guias que estão em terra, que trabalham exclusivamente para a caridade e se utilizam de alguns matérias como velas, ervas, pedras, pembas (giz) para riscar seus pontos riscados ou mandalas. A Umbanda é genuinamente brasileira. A Prática da Umbanda nada tem a ver com o Candomblé ou com a Kimbanda. Trata-se de uma religião que trabalha diretamente com entidades do Plano Astral, espiritos desencarnados ou seres da natureza (os elementais), e utliza a mecânica da incorporação para trabalhar as necessidades emergenciais do homem, trazendo a força e sabedoria dos mestres da Aruanda e age através da cura e energização do campo astral |
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Atua nos centros de força dos
corpos e campos magnéticos das pessoas que "...vêm em busca de socorro,
alivio e cura para suas dores morais e físicas." E também traz muito
ensinamento das verdades da espiritualidade maior
Um Deus único e superior
Zâmbi, Olorum ou simplesmente Deus –
os Orixás são cultuados como divindades de um plano astral superior, que na
Terra representam às forças da natureza (muitas vezes confunde-se a força da
natureza com o próprio Orixá):
A cada Orixá está associada uma personalidade e um comportamento diante do mundo e com seus filhos, os quais são seus protegidos e uma parte das emanações do Orixá presentes no Orí ou Camatuê (Camatua) desses filhos. Existe a compreensão do trabalho dos Orixás na Umbanda em 7 Linhas. Rubens Saraceni as divide da seguinte forma:
Fé, Amor, Conhecimento, Justiça, Lei, Evolução, Geração.
Ainda, segundo Saraceni, os 14 Orixás de Umbanda colocados pela ordem das linhas que trabalham: • Fé: Oxalá e Oya. • Amor: Oxum e Oxumaré. • Conhecimento: Oxóssi e Obá. • Justiça: Xangô e Eugunitá. • Lei: Ogum e Iansã. • Evolução: Obaluayê e Nanã Buroquê. • Geração: Yemanjá e Omulu. Os templos onde os "comandantes" são Pretos-Velhos seguem a corrente africana e os que têm os Caboclos como "comandantes" seguem a linha indígena. Mas, isso não é regra e pode variar de templo para templo |
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As pessoas que recebem,
incorporam entidades dentro dos terreiros, são ditos médiuns, cavalos ou
"burros". Pessoas que têm o Dom de incorporar os Orixás e Guias.
"As entidades" que são incorporadas pelos médiuns podem ser divididas entre: • Falangeiros de Orixás: Xangô, Ogum, Oxum, Nanã, Iemanjá, Iansã, Obaluayê, Oxumaré, entre outros. • Guias: Pretos- velhos, Caboclos, Boiadeiros, Crianças, Exus, Marinheiros e Orientais. • Kiumbas, espíritos sem luz: esses, normalmente, são incorporados quando se está fazendo algum descarrego ou quando existe algum obsediado no local. 103.1.1.08 - As sessões: O culto nos terreiros é dividido em sessões, normalmente de desenvolvimento e de consulta, e essas, são sub-divididas em giras. As ocorrências mais comuns nestas sessões são o passe e o descarrego. No passe, os Pretos-Velhos, rezam a pessoa energizando-a e retirando toda a parte negativa que nela possa estar. O descarrego, é feito com o auxílio de um médium de descarrego, o qual, irá incorporar o obsessor, ou captar a energia negativa da pessoa. Então, o Preto-Velho faz com que essa energia seja deslocada para o astral. Caso seja um obsessor, o espírito obsediador é retirado e encaminhado para a luz ou para um lugar mais adequado no astral inferior; caso ele não aceite a luz que lhe é dada. Nesses casos pode-se pedir a presença de um ou mais Exus para auxiliar o Preto-Velho. Nas sextas-feiras, ocorrem as giras de Caboclos, Boiadeiros, Orixás, Marinheiros, Pretos-Velhos, Crianças e Exus. Nessas giras são feitos os desenvolvimentos dos médiuns do terreiro. Nelas, são cantados os pontos e tocados os atabaques. As giras de Marinheiros e Exus são festivas, e, além de serem feitos os desenvolvimentos dos médiuns, são realizadas consultas com esses guias. Existem terreiros onde, além dos Pretos-Velhos, Marinheiros e Exus, também os Caboclos e Boiadeiros dão consultas e trabalham com o descarrego e a desobsessão. |
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103.1.1.09 - Médiuns:
Médium é toda pessoa que têm a qualidade de se comunicar com entidades desencarnadas ou espíritos, seja pela mecânica da incorporação, pela vidência (ver), pela audição (ouvir) ou pela pscicografia (escrever movido pelos espíritos). O médium veio com a responsabilidade e com o compromisso de servir como um instrumento de guias ou entidades espirituais superiores.
Para tanto, deve
se preparar através do estudo, desenvolvendo a sua mediunidade sempre
prezando a elevação moral e espiritual, a aprendizagem conceitual e prática
da Umbanda, respeitar os guias e Orixás, ter assiduidade e compromisso com
sua casa, ter caridade em seu coração, amor e fé em sua mente e espírito, e
saber que a Umbanda é um prática que deve ser vivenciada no dia-a-dia e não
apenas no terreiro.
103.1.1.10 - Guias e Grupamentos: Na Umbanda alguns praticantes, os chamados médiuns, recebem espíritos de luz, ou seja, entidades evoluídas que realizam trabalhos de cura e ajuda física ou espiritual. Estas entidades incorporadas pelos médiuns são, salvo raras exceções, os chamados Guias. Na Umbanda, ao contrário do Candomblé, não se incorporam Orixás. São incorporados os ditos falangeiros, espíritos que seguem a orientação e vibração dos Orixás. Os Guias têm diferentes grupamentos, formando falanges de entidades afins, de mesma característica e roupagens.
Assim temos os seguintes grupamentos na
Umbanda:
•Principais: o Pretos-velhos o Caboclos o Crianças o Boiadeiros o Marinheiros o Exus/ Pombas-Giras • Outras falanges trabalhadas em outras ramificações da Umbanda: o Baianos o Ciganos o Orientais o Mineiros/ Cangaceiros. Na umbanda branca, cada linha de orixá tem sete legiões, que correspondem a determinado guia espiritual. aqui temos exemplos de alguns: •Oxalá: o Santa Catarina o Santo Antônio o Cosme e Damião o Santa Rita o Santo Expedito o São Fransisco de Assis o São Benedito |
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Iemanjá:
1. Ondinas - Naná 2. Caboclas do Mar - Indaía 3. Caboclas do Rio - Iara 4. Marinheiros - Tarimã 5. Calungas - Calunguinhas 6. Sereias - Oxum 7. Estrela Guia - Maria Madalena Oxosse: 1. Urubatão 2. Araribóia 3. Caboclo das Sete Encruzilhadas 4. Peles Vermelhas - Águia Branca 5. Tamoios - Grajaúna 6. Cabocla Jurema 7. Guaranis - Araúna • Xangô: 1. Inhançã 2. Caboclo do Sol e da Lua 3. Caboclo da Pedra Branca 4. Caboclo do Vento 5. Caboclo das Cachoeiras 6. Caboclo Treme-Terra 7. Pretos Guinguelê •Ogum: Praias - Ogum Beira-Mar Matas - Ogum Rompe-Mata Rios - Ogum Iara Das almas - Ogum Megê Encruzilhadas - Ogum Naruê Malei - Ogum Malei Povo de Canga - Ogum Nagô Povo Africano (Pretos-Velhos) Povo da Costa - Pai Cabinda Povo de Congo - Rei Congo Povo de Angola - Pai José Povo de Benguela - Pai Benguela Povo de Moçambique - Pai Jerônimo Povo de Luanda - Pai Francisco Povo de Guiné - Zum-Guiné |
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103.1.1.11 -
OBJETOS RITUALÍSTICOS:
As Velas:
As
velas vieram para a Umbanda por influência do Catolicismo. As velas
funcionam como um transmissor rumo aos planos que se desejar atingir. A
chama da vela é a conexão direta com o mundo espiritual superior, sendo que
a parafina atua como a parte física da vela ou símbolo da vontade, e o pavio
a direção.
![]() Nos terreiros, há sempre alguma vela acesa, são ponto de convergência para que o umbandista fixe sua atenção e possa assim fazer sua rogação ou agradecimento ao espírito ou Orixá a quem dedicou. Ao iluminá-las, homenageia-se, reforçando uma energia que liga, de certa forma, o corpo ao espírito. A função da uma vela, que já foi definida como o mais simples dos rituais, e', no seu sentido básico, o de simplesmente repetir uma mensagem, um pedido.
Passo fundamental no ritual de acender velas. O pensamento
mal-direcionado, confuso ou disperso pode canalizar coisas não muito
positivas ou simplesmente não funcionar. Diz um provérbio chinês: "cuidado
com o que pede, pois poderá ser atendido". A pessoa se concentra no que
deseja e a função da chama é o de repetir, por reflexo, no astral, a vontade
e o pedido do interessado. Existem diversos fatores dentro da magia no
tocante ao número de velas a serem acesas e outros detalhes.
O ato de acender uma vela deve ser um ato de fé, de
mentalização e concentração para a finalidade que se quer. É o momento em
que o médium faz uma "ponte mental", entre o seu consciente e o pedido ou
agradecimentos à entidade, Ser ou Orixá, em que estiver afinizando.
Muitos médiuns acendem velas para seus guias, de forma
automática e mecânica, sem nenhuma concentração. É preciso que se tenha
consciência do que se está fazendo, da grandeza e importância (para o médium
e Entidade), pois a energia emitida pela mente do médium, irá englobar a
energia ígnea (do fogo) e, juntas viajarão no espaço para atender a razão da
queima desta vela.
As
imagens são pontos de focalização, baseado no conceito de egrégora, ponto
focal seria um concentrador de energia, é uma herança católica, que veio
para umbanda no confuso sincretismo. Mas não basta juntar muitas imagens no
congar, que podem causar confusão.
Outra característica marcante é o congar de um terreiro de
Umbanda que tem, lado a lado, imagens de santos católicos (estes
representando os orixás) e imagens das entidades (marinheiros, caboclos
ameríndios, pretos-velhos, crianças, etc) e também podem ter outras imagens
como de Santa Luzia, Santo Agostinho, Santo Expedito, etc. Em terreiros de
candomblé cada orixá tem seu lugar, como por exemplo um quartinho, onde
ficam os objetos do orixá.
Porém a propagação de uma imagem errada pode gerar mã interpretação como é o
caso do Exú que não tem nada a ver com as imagens vendidas nas casas de
artigos religiosos, com chifrinhos e rabos... Exu não é o Diabo. Essa é uma
das confusões causado por esse casamento da umbanda com o catolicismo
(sincretismo).
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A
umbanda é muito criticada, por usar o fumo nas sessões.
As folhas da planta chamada " fumo" absorvem e comprimem em
grande quantidade o prana vital enquanto estão em crescimento, cujo poder
magnético é liberado através das golfadas de fumaça dadas pelo cachimbo ou
charutos usados pelas entidades. Essa fumaça libera princípios ativos
altamente benfeitores, desagregando as partículas densas do ambiente.
A
defumação é usada em várias religiões, justamente por ter a fumaça
propriedades de dissipar cargas pesadas no meio ambiente a nível etérico e
astral com baixas vibrações. As entidades aconselham os médiuns apenas a
baforarem a fumaça em direções determinadas, sem tragar para dentro do
pulmão a fumaça, justamente porque a fumaça carrega consigo elementos
bloqueadores, e podem deixar sequelas no aparelho mediúnico.
Guias (Colares
/Rosário):
Segundo Caetano de Oxossi: “As
guias ou colares que todos usam a começar da guia de Oxalá tem significado
duplo. Primeiro de proteção, que aquele médium carrega consigo elementos que
foram e são constantemente carregados pela energia dos Orixás, promovendo
uma circulação de energias protetoras e de descarga não permitindo que
energias deletérias se fixem no médium; que não haja a influência de
espíritos trevosos nos trabalhos.Por essa razão ao entrarmos na Umbanda nos
é permitido a utilização da guia de Oxalá e da guia de esquerda. Apenas após
o Amaci é que podemos utilizar a guia do nosso Orixá ancestral, nosso Pai de
Cabeça. Pois não é um ato mecânico e sem importância a utilização dessas
guias. As guias das entidades tem significado semelhante, mas acrescido de
uma força mágica para auxiliar na condução, liberação e direcionamento das
energias do médium para os trabalhos daquela entidade. Isso significa que
apenas aqueles que já foram liberados para o toco (médiuns que podem dar
consultas nas giras) poderão usar essas guias de entidades. Lembrado que na
nossa Casa todas as guias devem ser fechadas pelo Pai de Santo.”
Segundo Rivas Neto e W. Mata e Silva as guias
brancas induz às coisas puras, além de terem caráter refletor. As
vermelhas são úteis para repusar cargas negativas, as amarelas
para refutar o mau olhado, as verdes limpam o pensamento atraindo
fluídos para a cura, as azuis são calmantes, cor-de-rosa,
elevam a mente e as pretas para contactar forças inferiores
negativas.
Lembrando que no Candomblé, a cor está
associado ao ORIXÀ. Alguns terreiros fazem essa confusão, pois na umbanda as
guias tem função ao cromatismo, uma vez que existe para os orixás uma cor
energética que variam de um lugar para outro.
![]()
Na umbanda as cores energéticas dos Orixás, de
sua verdadeira vibração são as seguintes:
Para ORIXALÁ – BRANCO
Para OGUM – VERMELHO
Para OXOSSI – VERDE
Para XANGÔ – MARRUM
Para YORIMÁ – VIOLETA
Para YORI – ROSA / AZUL
Para YEMANJÁ – AMARELO.
Guias NATURAIS que são guias feitos com
elementos naturais, que são elementos da natureza tais como minérios,
madeira, sementes, elementos animais como osso, cálcio animal, encontrados
nos reinos da natureza tem um valor magnético que constitui um escudo eficaz
para os médiuns:
ELEMENTOS
MINERAIS:
- Pedras preciosas, semi preciosas, cristais,
rochas, etc.
ELEMENTOS
VEGETAIS:
Favas, sementes, caules, frutos, etc.
ELEMENTOS
ANIMAIS:
Conchas, búzios, ossos, etc.
EFEITO
TALISMÂNICO:
Uma guia precisa ser imantada, senão seu valor
protetivo serão nulo, apenas um enfeite. Outro erro é a quantidade de guias
no pescoço, quantidade não é qualidade. É costume da entidade proteger o
aparelho, não elas próprias.
Recomenda-se não usar atabaques em todos os trabalhos que envolvam contacto
mediúnico. A explicação tem vários angulos: Concentração é um dos pontos e o
barulho ensurdecedor neste aspecto, não é condizente, com a calma, a busca
de um estado mental e emocional para isso. Podendo causar bloqueios no
aparelho. Num segundo momento, o atabaque induz com seu som, ao transe
mediúnico, em determinados trabalhos, onde o cérebro trabalho como um
captador frequencial, hipnóticas e rítmicas, alegam alguns especialistas que
neste caso pode ser animismo do médium, o que causaria uma confusão, já que
o imaginário entraria em questão, e condenam o uso de atabaques para um
trabalho mais refinado e não primitivo que os sons dos tambores induzem a
mente.
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Existe um ritual correto no uso de atabaques que é desbloquear áreas do
inconsciente, porém é na fase inicial, chamado de RITUAL DO TRANSE ANÍMICO,
nestes rituais não existe INCORPORAÇÃO DE ENTIDADES.
Já segundo Fernando Sepe: “Curimba
é o nome que damos para o grupo responsável pelos toques e cantos sagrados
dentro de um terreiro de Umbanda. São eles que percutem os atabaques
(instrumentos sagrados de percussão), assim como conhecem cantos para as
muitas “partes” de todo o ritual umbandista. Esses pontos cantados, junto
dos toques de atabaque, são de suma importância no decorrer da gira e por
isso devem ser bem fundamentados, esclarecidos e entendidos por todos nós.
Muitas são as funções que os pontos cantados têm. Primeiramente uma função
ritualística, onde os pontos “marcam” todas as partes do ritual da casa.
Assim temos pontos para a defumação, abertura das giras, bater cabeça, etc.
Temos também a função de ajudar na concentração dos médiuns. Os toques assim
como os cantos envolvem a mente do médium, não a deixando desviar – se do
propósito do trabalho espiritual. Além disso, a batida do atabaque induz o
cérebro a emitir ondas
cerebrais diferentes do padrão comum, facilitando o transe mediúnico. Esse
processo também é muito utilizado nas culturas xamânicas do mundo afora.
Entrando na parte espiritual, os cantos, quando vibrados de coração, atuam
diretamente nos chacras superiores, notavelmente o cardíaco, laríngeo e
frontal, ativando – os naturalmente e melhorando a sintonia com a
espiritualidade superior, assim como, os toques dos atabaques atuam nos
chacras inferiores, criando condições ideais para a prática da mediunidade
de incorporação.
As ondas energéticas – sonoras
emitidas pela curimba, vão tomando todo o centro de Umbanda e vão
dissolvendo formas – pensamento negativas, energias pesadas agregadas nas
auras das pessoas, diluindo miasmas, larvas astrais, limpando e criando toda
uma atmosfera psíquica com condições ideais para a realização das práticas
espirituais. A curimba tranforma – se em um verdadeiro “pólo” irradiador de
energia dentro do terreiro, potencializando ainda mais as vibrações dos
Orixás.”
A casa
de Exu:
Sempre quando entramos num terreira, geralmente a primeira coisa que
visualizamos, na maior parte dos casos é chamada casinha de Exú, geralmente
de portas fechadas, já que as mirongas lá dentro não podem ser vistas.
Geralmente lá dentro se encontram aquelas estátuas de mal gostos. Vermelhas,
formas assustadoras, que na realidade espiritual nada tem a ver com o EXÚ.
Na falta de conhecimento dos Babalorixás (donos de terreiros), que insistem
em dizer que essas estatuetas são figuras fiéis dessas entidades.
Algumas tendas colocam animais mortos dentro dessas casinhas e ainda se
dizem casas de umbanda. Isso só atraí Kiumbas, ignorancia e afasta as
entidades de boas vibrações. A umbanda não corrobora com isso.
No Brasil, Exu/Legbá (Mavambo, Bombojira,
Cariapemba nos candomblés congo-angola) é familiarmente chamado de Compadre,
o Homem da Rua ou das Encruzilhadas, onde suas oferendas são colocadas. Nom
terreiros, o seu lugar consagrado fica ao ar livre ou dentro de uma pequena
choupana isolada denominada "a casa de Exu" ou atrás da porta de entrada do
barracão. Simbolizado por um tridente de ferro ou por uma estátua de ferro
brandindo um tridente, segunda-feira é o dia da semana que lhe é dedicado.
Suas contas são pretas e vermelhas." (Museu Afro-Brasileiro).
Muniz Sodré: “Exu, o princípio dinâmico que rege a vida, e Ifá,
encarregado de transmitir os propósitos dos orixás aos homens, são as duas
divindades que aparecem com destaque nos rituais afro-brasileiros. A casa
de Exu fica próxima à entrada dos terreiros com o objetivo de
proteger o espaço sagrado. Muitas vezes confundido com o conceito
cristão de demônio, Exu é, na verdade, uma força que possibilita a ligação
entre este mundo físico, Aiyê, e aquele habitado pelas divindades, Orum.”
A Pemba:
A
pemba é um giz branco usado nos rituais mágicos pelas entidades para
traçar sinais cabalisticos que movimentam energias e uma certa classe de
espíritos, os elementares.
A Pemba, de origem africana, é um instrumento Ritualístico
de alto significado. É normalmente utilizada para riscar pontos pelas
Entidades e pelo médium, visando estabelecer Contatos vibratórios com as
esferas espirituais.
A Pemba praticamente é usada em quase todos os Rituais de Umbanda. Por carregar o axé, a Pemba é saudada como um Divino instrumento, dedicando-se até pontos cantados e reverências específicas. O fundamento místico de sua utilização está Relacionado à pedra. Seu uso estabelece relação entre o universo da Forma e o espiritual ou etérico. A pedra encerra os quatro elementos naturais e suas Manifestações. Assume aspecto neutro e, devido a isso, significa Lei e Justiça.
A
LEI DA PEMBA:
é a
grafia dos Orixás, ela é cósmica. Tais sinais identificam as ordens diretas
das entidades espirituais bem como a linha em que pertencem. Os sinais se
identificam com um som específico no qual pode ser traduzido como um MANTRA.
O termo SARAVÁ por exemplo que é tão ridicularizado pelos que atacam a
Umbanda, é um desses mantras:
SA = Força, Senhor.
RA = Reinar, movimento.
VÀ = Natureza, energia.
SARAVÁ, significa então, força que movimenta a natureza. Esse termo quando
pronunciado, movimenta estruturas energéticas que usam o campo cósmico para
se expandirem vibracionalmente, movendo em si energias. Aliás, as palavras
possuem esse poder. Uma simples palavra é capaz de tirar o humor como
provocar um riso de uma pessoa.
A LEI DA PEMBA É DIVIDIDA:
A LEI DA PEMBA TEM 3 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS:
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103.1.1.12 -
Outros Rituais:
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Porque as entidades estalam os dedos? Esta é uma das coisas que vemos e
geralmente não nos perguntamos, talvez por parecer algo de importância
mínima, mas esse ato encerra alguns detalhes esotéricos de grande
importância.
Como
já foi dito nossas mãos possuem uma quantidade enorme de terminais nervosos
que se comunicam com cada um dos chakras de nosso corpo:
- O
dedo Polegar tem uma ligação direta com o chakra esplênico; indicador:
Chakra cardíaco; anular: Chakra genésico (rádico / Básico); Dedo médio:
chakra coronário; uma polegada abaixo do anular o chakra solar e no lado
oposto do dedo polegar, no monte de Vênus o chakra frontal.
1. Polegar - polegar, dedão, positivo ou
mata-piolho.
2. Dedo indicador - indicador, apontador ou
fura-bolo.
3. Dedo médio - dedo médio, dedo do meio ou
pai-de-todos.
4. Anelar - anelar, anular ou seu-vizinho.
5. Dedo mínimo - dedo mínimo, dedinho ou mindinho.
Trecho acima: Revista
Umbanda nº 3 - Editora Escala.
Ramatís afirma:” A
verdade é que vossas mãos, como vossos pés, possuem terminais nervosos, que
se comunicam com cada um dos gânglios e plexos nervosos do corpo físico e
com os chacras do complexo etérico-astral, como demonstramos a seguir:
1. dedo
polegar - chacra esplênico (região do baço);
2.
indicador - cardíaco (coração);
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3. médio
- coronário (alto da cabeça);
4. anular
- genésico ou básico (base da coluna);
5. mínimo
- laríngeo (garganta);
6. na
região quase central da mão, chacra do plexo solar (estômago);
7. próximo
ao Monte de Vênus (região mais carnuda logo abaixo do polegar) - chacra
frontal (testa).
Essas
terminações nervosas das palmas das mãos são há muito conhecidas da
Quiromancia e das filosofias orientais.
O estalo
dos dedos se dá sobre o Monte de Vênus e dentre as inúmeras
funções conhecidas disso, está a retomada de rotação e frequência do corpo
astral, "compensando-o" em relação às vibrações do duplo etérico, aumentando
a exsudação
1 (liberação, doação) de energia animal - ectoplasma - pela
aceleração dos chacras. Com isso se descarregam densas energias áuricas
negativas, além do estabelecimento de certas condições psíquicas ativadoras
de faculdades propiciatórias à magia e à intercessão no Plano Astral. São
fundamentadas nas condensações do fluido cósmico universal, imprescindíveis
para a dinâmica apométrica, e muito potencializadas pela sincronicidade
entre o estalar de dedos e as contagens pausadas de pulsos magnéticos”
Continua Ramatís: "Já quando bateis palmas, sendo
vossas mão pólos eletromagnéticos, a esquerda (-) e a direita (+), quando as
duas mãos ou pólos se tocam é como se formassem um curto-circuito, saíndo
faíscas etéricas de vossas palmas. Quando os pretos velhos em suas
manifestações batem palmas, durante os atendimentos de Apometria, é como se
essas faíscas fossem "detonadores" de verdadeiras "bombas" ectoplásmicas que
desmancham as construções astrais, laboratórios e amuletos dos magos negros.
"Apômetras" e Umbandistas, uni-vos. Continuai estalando os dedos e batendo palmas, sabedores do que estais fazendo, despreocupados, conscientes e seguros de que as críticas se perderão como pólen ao vento."
(1)
Exsudação:
Segregação de líquido viscoso que sai pelos poros ou em forma de gotas ou de
suor.
Fonte:
Casa da Caridade Rosa – Site
Trecho do livro “Jardins dos Orixás”
Defumação:
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A
defumação é essencial para qualquer trabalho nos terreiros de umbanda: O
corpo físico e seus agregados sutis (duplo etérico, corpo astral, mental),
coletam durante o dia no seu contato social (pensamentos, ambientes), todos
os tipos de emoções, cargas que estão no ar, que se grudam no duplo etérico
causando altas densidades, influenciam todo o sistema aurico e podem causar
bloqueios. Pois estas pessoas todas se dirigem ao terreiro. Essa
concentração de pessoas, que levam consigo, toda essa carga, formam um grupo
com variados problemas, pois essas formas-pensamentos que acompanham seus
criadores, adentram o centro espiritual.
A
defumação tem a função de desagregar essas cargas negativas. A preparação
para as ervas a serem queimadas, precisam de um ritual especial, serem
colhidas na lua certa, queimadas em vaso de barro (neutro). A fumaça não
pode irritar as pessoas, a função é além da fumaça leve que deve estar acima
da cabeça das pessoas agindo com leveza sem poluir o ambiente, é
principalmente pela sua função aromática.
Uma
boa defumação pode ser feita com cravo, canela em pau, erva-doce, sempre
feita dos fundos para frente, acompanhada com um ponto cantado adequado a
situação.
Os pontos cantados são uma das primeiras coisas que afloram
a quem vai a um terreiro de Umbanda pela primeira vez. Os pontos cantados
são, dentro dos rituais de Umbanda, um dos aspectos mais importantes para se
efetuar uma boa gira.
Os verdadeiros pontos cantados, são os chamados de raiz
(são os pontos ensinados pelas próprias entidades). Apesar disso, há uma
gama infinita de pontos desconexos sendo entoados por ai. Um verdadeiro
ponto evoca imagens fortes e atingem lá dentro do coração e da emoção a
verdadeira fé', pura e simples.
Os pontos cantados servem para impregnar certas energias e
desimpregnar outras, de acordo com o ponto, uma vez que cada linha
representa um imagem, traduz um sentimento inerente a vibração daquela
entidade que o canta, ou que o trás, existindo por trás deles uma freqüência
toda especial, que se modifica de acordo com a Linha Espiritual :
Oxalá - Sons místicos;
Ogum - Sons vibrantes;
Oxossi - Sons afinados com a natureza e sua
harmonia;
Xangô - Sons graves;
Yorimá - Sons melancólicos;
Yori - Sons alegres, predispondo ao bom animo;
Yemanjá - Sons suaves, destinados à renovação
afetiva e emocional.
Fonte:
Sociedade Espírita Mata Virgem
Quem nunca viu caboclos assobiarem ou darem aqueles brados
maravilhosos, que parecem despertar alguma coisa em nós?
Muitos pensam, ingenuamente tratar-se dos chamados que
davam nas matas, para se comunicarem com os companheiros de tribo, quando
ainda vivos. Não é bem assim. Os assobios traduzem sons básicos das forcas
da natureza, os chamados "Tatwas". Estes sons precipitam assim como o
estalar dos dedos, um impulso no corpo Astral do médium para direciona-lo
corretamente, afim de libera-lo de certas cargas que se agregam, tais como
larvas astrais, etc.
Os assobios, assim como os brados, ou sons graves e
guturais emitidos pelos Pais-Velhos quando incorporados, são o chamados
mantras; cada entidade emite um som de acordo com a linha que trabalha, para
ajustar condições especificas que facilitem a incorporação, ou para
liberarem certos bloqueios nos consulentes."
Mestre W.W. da Mata e Silva
Por
que tirar os sapatos na hora de se entrar num congá (congar) ?
O grande mestre Matta e Silva nos explica :
"Nós, umbandistas, consideramos o
conga', mesmo sem "santos" no altar, um lugar imantado, onde forma fixadas
certas forcas ou vibrações positivas, que deve estar sempre limpo de fluidos
negativos e onde conservamos os pontos riscados destas mesmas forcas ou
ordens, mesmo porque certos preceitos são procedidos nele.
Assim, é de obrigação se tirar o
calcado, visto este objeto ser anti-higiênico, pois se pisa com ele em tudo,
às vezes em detritos e putrefações, ainda por querermos estar em ligação
desembaraçada com o elemento terra, sabendo-se que esta é o escoadouro
natural das vibrações ou ondas eletromagnéticas."
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Fontes:
http://www.temploetxaury.no.sapo.pt Templo Etxaury - (Portugal) http://www.aevb.org http://www.umbanda.org/ http://www.fietreca.org.br/umbanda.htm Federação Internacional Afro brasileira http://www.girasdeumbanda.com.br/tvgira http://umbandajovem.rg3.net http://wolfnit.vila.bol.com.br http://luzdaumbanda.v10.com.br http://www.girasdeumbanda.com.br http://www.umbanda.etc.br http://www.paimaneco.com.br http://www.umbanda.org/ http://www.umbandanovaera.com.br http://www26.brinkster.com/frateso http://www.aumbandan.hpg.com.br http://www.ftu.org.br http://paginas.terra.com.br/religiao/fueva/index1.htm http://www.saocosmeedamiao.com.br http://aps18.sites.uol.com.br/INDEX.html http://www.jornaldeumbandasagrada.com.br http://www.colegiodeumbanda.com.br http://www.tvespiritualista.com.br http://www.reinodeoxum.com.br http://umbanda.byhost.com.br http://umbanda.brasilpodcast.com.br http://www.ebooks.goldhosting.com.br/consulta.php?tipo=UMBANDA |
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103.1.2 -
UMBANDA ESOTÉRICA:
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Segundo W.W.Mata da Silva e F.Rivas
Neto não existe Umbanda Branca, Umbandomblé, Umbanda traçada, Umbanda
Mística. Todos esses nomes fazem parte do que o homem entende das leis
cósmicas, integrais. A Umbanda de fato, é o que vem de cima para baixo e não
o que vai de baixo para cima.
Na verdade essa suposta divisão, está no
tipo de terreiros e suas vivências interiores externadas ao mundo físico.
Imagine uma pirâmide, faça 3 divisões horizontais, na base da pirâmide está
a maioria, que é os terreiros de vivências populares e podem ser facilmente
reconhecíveis por possuírem em sua maioria, atabaques e muitas imagens de
santos em grande quantidade.
No
centro da pirâmide está imbuído maiores sofisticações, no tocante ao modo de
proceder. Já não possuem atabaques, mas geralmente batem palmas e o número
de imagens diminui sensivelmente. São tendas que apesar de se dizerem
umbandas. Dividem a semana com sessões, trabalhos de mesa branca (Kardecismo),
tendo um grande aparato social voltada para a caridade e outras atividades
de benfeitoria (campanhas de alimentos, arrecadação de roupas usadas, etc).
Claro que essa variação não é genérica, já que existe uma variante dentro de
cada modelo de tenda dentro da estrutura piramidal, que vai ao infinito,
tamanha é as diferenças entre uma casa e outra, tanto no tocante ao ritual
quanto a sua importância para a mentalidade de cada pessoa.
No
topo da pirâmide, as tendas ou templos da chamada Umbanda Iniciática, que
são em menor tempo. Nesses terreiros os ensinamento do astral inferior e
superior (doutrinação esotérica). Por isso nesses terreiros não existem os
aspectos sincréticos confusos, pois seus fundamentos estão calcados dentro
da lógica e da razão.
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103.1.2.2 - ALEGORIA :
Umbanda é o trigal do “SENHOR”; semeado por Òòsààlá, regado por Yemanjá e Osún, aquecido por Songó, cultivado Òsóòsì, colhido por Ògún e transformado em “pão do espírito”, distribuído por Èsú na forma de caridade.
103.1.2.3 - PRINCÍPIO:
Pensar na origem da Umbanda é desvendar a razão de ser das civilizações que se sucedem através do mistério dos tempos. Conta-nos a sua evolução os velhos símbolos encontrados por todo o Globo, as tradições. As tradições nos dizem que a mais antiga civilização foi a “Lemúrica” que floresceu no vasto continente situado no Oceano Pacífico, na zona equatorial, cujos extremos confinavam com as terras da Califórnia, as do nordeste da América do Sul, bem como as do leste da África e sul da Índia. Iniciou o homem, nesta região, sua evolução propriamente dita, pois percebeu o seu “Ego” como conseqüência do primeiro esboço do seu veículo físico. Consta mesmo que no fim desse período as reencarnações eram, por necessidade de aperfeiçoamento da forma, imediatas. Evolutivamente, constituem hoje, os lemurianos, os Òrìsàs do plano físico que, são os verdadeiros donos do planeta Terra. Com a hecatombe da lemúria, por terremotos sucessivos, desaparece quase a totalidade da terceira raça deixando, no entanto, sementes na África, sul da Ásia (Índia) e América. Foram os germens desse povo, no solo americano, que povoou a não menos fabulosa “Atlântida”, terra que se ergueu no fundo do oceano para berço de um novo povo, arquivo das tradições lemúricas, cujos sobreviventes desenvolviam-se ainda na África e Índia. No estágio Atlanta, consolida o homem, seu veículo físico, perdendo a introspecção externa, originando-se os primeiros fenômenos anímicos-mediúnicos. Coube a gloriosa Atlântida, a luta entre a carne e o espírito e, se ela sucumbiu, venceu no entanto, por ter o espírito conquistado a vitória sobre a matéria que lhe queria tomar as rédeas da evolução, permanecendo na forma tosca, sem veículos superiores. Cumprida a sua tarefa também a Atlântida submerge, deixando, como Guia de Raça, Antúlio nas suas tradições. Porém, antes que o mar a tragasse, legou-nos colônias entre as quais, por seu esplendoroso mistério, o Egito e as comentadas civilizações pré-colombianas da América.
Desaparecida a Atlântida, isola-se o continente americano, entretanto os
descendentes da terceira e quarta raças que ali habitavam, em declínio.
Progride a colônia Atlântida – o Egito iniciando a nova era “Filosófica-Científica”, - em contraposição a “Mística” que caracterizou os períodos lemúrio e Atlanta. Por essa época, entra o Egito em contato com a Índia que forma a quinta raça, a Ária, trocando tradições e espargindo em sua passagem, saber o conhecimento, civilizando a Caldéia e a Pérsia. Dessa permuta de ensinamento resultou um misto da “religião-filosofia-ciência”, pois a Índia ainda não se havia libertado dos conceitos iniciais lemúricos. Irradiam-se os conhecimentos dos grandes iniciados como Rama, Khrisna e Buda – na Índia; Confúcio difunde sabedoria na China; Hermes no Egito e Zoroastro na Pérsia; ergue-se Moisés no Sinai com as tábuas da Lei; multiplicam-se as sociedades secretas ocultistas. Reaparece, Grécia, nova fase e do conhecimento aliado a Arte e a Filosofia com Orfeu, Aristóteles e Pitágoras, recebendo a Europa seu primeiro banho de cultura, oriundo do Oriente, por assimilação no Império Romano. Surge, enfim, o Cristo de Jesus, o último Avatar, proveniente do plano superior da universalidade das idéias, aniquilando os Deuses da Raça, bem concretizado em Jeovah, e solapando o ódio pelo estabelecimento da Lei do Amor. Cristianiza-se a Europa. ![]() Paralelamente, ao desenvolvimento destas civilizações, multiplicaram-se os descendentes lemúricos no Continente Negro que, por falta de Guias deturparam os conhecimentos primitivos pela confusão entre o ritual e o saber iniciativo, dando origem aos mais complexos misticismo descambado para o fetichismo.
Sobre a
África influências das mais variáveis na sua parte norte, de outras
civilizações proveniente do Oriente, fazendo-se sentir o seus reflexos mesmo
no seu interior, formando centros cenográficos, ou seja, aquelas regiões em
que o conjunto de caracteres são mais puros estendendo-se para a zonas onde
a mescla de caracteres é intensa, isto é nos pontos fronteiriços de dois ou
mais pontos culturais.
Assim, as populações africanas podem ser estudadas em nove áreas e duas subáreas como o faz Herskovits, hipoteticamente, em:
1) – Hotentote;
2) – Boschimana;
3) – Área Oriental do Gado;
3a) – Subárea Ocidental;
4) – Congo;
4a) – Subárea da Costa da Guiné;
5) – Ponto Oriental;
6) – Sudão Oriental;
7) – Sudão Ocidental;
8) – Área do Deserto
9) – Área do Egito.
Habitam estes diversos pontos culturais vários grupos humanos, compreendendo diferentes tipos raciais e, como nos diz Seligman, os grupos primitivos africanos, por uma divisão mais simples são: Hematitas e Semitas de origens comuns; os negros propriamente ditos; os Boschimanos e Hotentotes denominados conjuntamente de Khoisans e os Negrilios, que possuem caracteres bastantes distintos.
Os
Hamatitas, também chamados de Kamitas, compreendem dois grupos:
1) – Os Orientais-Egípcios, os Bedjas, os Berberin ou Núbios, os Gala, os Somali, os
Danakil, grande parte dos negros abissínios são mestiços de Semitas e
Negros;
2) – Os Setentrionais compreendem os Berberes, os Líbios, os Taureg,
os Tebu, os Peuhl ou Foulah e os Guanches, já extintos ( Ilha das Canárias
).
Os Semitas são os norte-africanos de origem árabe de difícil estudo pela intensa fusão com os Kamitas, devendo-se notar ainda um novo grupo o Sephardim, que é uma conseqüência da mistura de Semitas, Kamitas e Judeus europeus. Os Boschimanos, o homem da selva do holandês, de origens étnicas muito discutidas, não são também verdadeiros Negros, considerados por muitos como sobreviventes de uma raça pré-histórica, de costumes muito primitivos vivendo em cavernas e arvores como abrigo tosco.
Os Hotentotes, resultantes, parece, da mestiçagem de Boschimanos com
Kamitas, povos pastores.
Os Negrilios ou Pigmeus, são os anões da África, já cantados por Eródoto, de
pele avermelhada ou amarelo escura.
Os Boschimanos, Hotentotes e Negrilios, parecem ser os mais antigos
habitantes do Continente Negro e, hoje, apresentam-se como os sobreviventes
de uma estranha raça pré-histórica desaparecida. Sobre os Negros, velhas
lendas os davam como vindos do Oriente, de onde se derramaram no Continente
Africano, em varias migrações sucessivas. A mais recente dessa migrações são
os Malgaches, originários da Indonésia, o que parece confirmar a hipótese de
Delafose, de que a origem dos Negros na estaria na extremidade sul-oriental
do Continente Asiático.
Essa asserção colabora com as afirmativas da tradição Rosacruz.
Para nosso
estudo, as áreas culturais que merecem maior atenção por sua influencia na
formação étnica religiosa e social do Novo Mundo, são:
Área do Congo: que compreende toda a bacia do rio Congo e é habitada por povos da língua Bantu, também chamada área Hylaeana – é a zona da linguagem do tambor, a vida religiosa é de grande complexidade, sendo Zàmbi o grande Deus que toma vários nomes conforme as regiões; Sub-area da Guiné – São suas culturas as consideradas mais típcas africanas. Foi essa região que forneceu maior numero de escravos ao Novo Mundo. A sua linguagem é do grupo Sudanês e a densidade de população é imensa, sendo bastante complexa a vida social-econômica. Lá existiram grandes reinados, como o de Benin, Daomei, Ashanti. Seu campo mitológico-religioso é muito rico, principalmente os dos Yorùbá ou Nagò, dos Ewe. Através da mitologia, vamos mergulhar em velhas concepções mediterrâneas da mitologia greco-romana e sistemas místicos egípcios e assírios-babilônicos.
A organização religiosa compunha-se de um sistema de divindades- os Òrìsàs -
(Orixás), forças despersonificadas, e de um sistema iniciático bem característico.
Constitui esta área uma das mais evolutivas da África, nada ficando a dever
às velhas civilizações; Área do Sudão Ocidental: - De grande importância
para nós do Brasil, pois, desta zona é a importação da Cultura Male. É a
área de cultura fronteiriça, assinalada pela fusão das culturas maometanas e
aborígines. Floresceram nela impérios famosos, como o de Songoi, Lentouana,
o dos Mandingas ou Malí e de Ghana. Sua religião é um misto de islamismo com
religião dos naturais.
Na África existem representantes de diversíssimos padrões de cultura. Lá vivem não só os sobreviventes das velhas civilizações, como contingentes misteriosos, cujas origens ainda não foram definitivamente esmiuçadas. Por isso, não sabemos se os primitivos lá existentes, são indivíduos colocados nos inícios da evolução cultural, ou se seriam elementos regredidos de civilizações desaparecidas.
E não
foram pesquisadores como o padre Schimidt, descobrir o monoteísmo primordial
“Urmonotheismo” em grupos humanos, os Pigmeus que eram considerados os mais
atrasados da civilização africana.
Concluímos, então, pelo sucinto exposto que o habitante da África não é um selvícola que vive a esmo em florestas tropicais, mas que forma em seu conjunto uma cultura poliédrica expressa em suas facetas religiosas. Enquanto esse movimento cultural se processava na África, a América se povoava com os remanescentes lemúricos e posteriormente atlantas nela se desenvolveu civilizações que, por sua grandeza em monumentos, lembra o Egito. Toltecas, Astecas e Maias, demonstraram seu grau de cultura por época do redescobrimento da América. Suas pirâmides de tal forma são orientadas que exalaram o conhecimento de astronomia que possuíam seus mentores, conhecimentos estes confirmados pelas inscrições zodiacais, em pedra, mais tarde estudadas.
A costa do
Pacifico é rica em detalhes deste gênero, onde o estudioso encontra um reino
de pesquisa. A Ilha da Páscoa, ao largo do Chile, leva a confusão aos mais
hábeis decifradores, já por seus monumentos, pelos costumes do povo,
caracteres raciais que diferem por completo dos aborígines da costa chilena
e do culto povo conhecido por Inca no Peru, onde a civilização chegou a um
apuramento apreciável. Pode-se afirmar que a América, ao tempo de Colombo,
era toda habitada, ora por grupos compactos de grande densidade demográfica,
ora por pequenos grupos tendo a orla litorânea maior numero de habitantes,
embora esparsos. O grau de cultura era variável, desde os conhecimentos
superiores nos impérios citados até a mais rude condição de vida.
Mas, de uma maneira geral, o nativo americano tinha a crença em um Deus. Alguns admitiam uma trindade superior e a imortalidade da alma e nas suas manifestações, após o desencarne, para os que se encontravam ainda na matéria. A prática mediúnica era evidente em seus feiticeiros, pajés, que se portavam como verdadeiros oráculos. Este era o estado geral dos habitantes americanos na época dos descobrimentos. A América é invadida pelo europeu de pele clara, em diversos pontos. Formaram-se colônias em varias zonas do território, sendo o Brasil colônia do Reino de Portugal. Havia necessidade de progresso nas colônias para compensar economicamente as despesas feitas para mantê-las. A colônia devia produzir e dar lucro para o colonizador. ![]()
ESCRAVIDÃO:
-
Escraviza-se o homem da terra – o índio americano, - como o chamavam. Porém,
este não se adaptou ao estado de coisas, mesmo muitas campanhas foram
levantadas, tendo a frente padres jesuítas, contra este tipo de escravidão.
Surge um recurso, o negro do Continente africano, e com ele, um rendoso tráfico. Infiltra-se no Brasil mais um tipo racial alem do branco usurpador da terra e o dono da terra. Traz o negro, de origem quase na totalidade Sudanês e Bantu, consigo, o ritual e conhecimentos místicos de suas paragens.
E, aqui, em nossa Pátria, ouve-se , pela primeira vez, quem sabe, o
“tan-tan” africano. Combate o branco o seu ritual, proibindo tais
manifestações e, mais uma vez, os jesuítas intervém permitindo os seus
trabalhos, procurando ao mesmo tempo apresentar, através da catequese, um
único Deus. Assim, traduz-se o termo Òrìsàs por santos, em similitude ao
santo católico, datando daí, a confusão entre o santo católico e Òrìsàs Nagò.
E, mistura dos dois rituais: Católico e Nagò-Jèje, notando-se, nas primeiras
épocas de colonização, santos católicos entronados em mesas de Batuque (Batukàjé).
O São Jorge passou a ser o Ògún ou Òsóòsi (Oxossi) e a confusão continuou, não que o
Negro iniciado não soubesse suas diferenças, porém, aceitou por necessidade.
Tanto que, se por cima de uma mesa tosca havia uma estátua de um Santo
Católico, por baixo estava o “fetiche”do Òrìsà Africano – o “Etá ou Otá”.
O Africanismo impuro, por influência do Catolicismo traz, simultaneamente, para as suas fileiras, as tradições religiosas do aborígine brasileiro, surgindo culto especiais, formando dois grupos distintos: o daqueles que admitiam, em suas reuniões, somente manifestação de Òrìsàs, lutando pela pureza dos ritos iniciais e, o dos que também aceitaram manifestações de outras “Entidades Espirituais – os Egunguns”.
Estas
reuniões de culto Afro-Ameríndio-Católica, tomaram várias denominações tais
como: na Bahia, - “Candomblé” deturpação por extensão do termo que se
referia às grandes festas anuais do Africanismo; os “Encantados de Caboclos,
onde o misto é mais nítido; “Cabulá”, Sociedade Secreta de Componentes
Bântus, que teve o seu apogeu com o “13 de Maio”, entrando rapidamente em
declínio e, atualmente, quase extinta; no nordeste brasileiro, “Xangô” –
onde a dosagem da cultura ameríndia é bem maior; no norte do País, o “Catimbó”,
com influências da magia mediterrânea, com seus bonecos de cera e a
aceitação de manifestações, por médiuns (aves), de espíritos de “animais
desencarnados”, como o da “Cobra Grande”( sem levarmos em consideração o
símbolo esotérico da nossa “Boi-Açu”); No Rio de Janeiro, “Macumba”; no Rio
Grande do Sul, “Batukàjé”, mais conhecido por “Batuque e Toque”.
O sincretismo continua em sua marcha, mas, nos dias de hoje é indevido, por
este imenso Brasil, nas mais variadas formas e percentagens de misturas.
É o período preparatório, de confusão, de adaptação, descambando em vezes
para a involução de processos espiritualistas, depois de um apogeu em
Cristo.
O sopro evolutivo chega. A massa se agita e surge um movimento renovador. É
a “UMBANDA”, o renascimento dos velhos princípios, titubeantes ainda, mais a
névoa já é menor. A codificação; é pouco. Escrevem-se “livros”de doto
gênero. Nova confusão. O neófito perde-se na entrada do “Templo”.
Concorrem as diversas correntes espiritualistas, os ramos de uma árvore,
quer através de suas obras ou de seus membros, para reerguer as velhas
tradições, concretizando-as na “Umbanda”, provocando um movimento de caráter
nitidamente evolutivo e sem fanatismo.
“A “Umbanda” não é espiritismo, esoterismo,teosofia, mentalismo, como muitos julgam. Ela é tudo isso e muito mais: é também magia. De suas origens se deduz que ela é conhecimento (Magia), sob aspectos básicos de filosofia, ciência e religião.
É
FILOSOFIA, porque estuda os problemas gerais relativos aos sumos
princípios de interpretação do Cosmos e a intuição universal da
realidade em que se fundamenta. Admite uma única Lei. A lei de Umbanda, a da
causa que é o próprio efeito, a realidade única indefinível, Olorun (Deus).
É CIÊNCIA de experimentação empírica, porque estuda racionalmente os fenômenos de ordem psíquica e física, comprovado pela experiência suas Leis. Tem como meio de pesquisa os métodos e processos da Psicologia, Psicanálise, dos estados Anímicos, Mediúnicos e Mentais; do Magnetismo, Hipnotismo, Matemática, Química, Física, Botânica, Zoologia, Geologia, Arqueologia e das demais ciências chamadas Acadêmicas e Herméticas.
É
RELIGIÃO, porque mantém “um culto” e uma liturgia baseada em
“símbolos” com caráter : “MONOTEISTA” por venerar somente um Deus, em
Espírito e Verdade, não passível de representação; NATURAL, pela consciência
do mundo com as forças que o impulsiona; MORAL, pela consciência do ser em
si mesmo, das idéias de progresso espiritual; REDENTORA, pela consciência em
Deus, quer por abstração negativa, como Buda, quer por abstração positiva,
como Jesus Cristo.
A “Umbanda”é, pois, a religião da “natureza”, da “moral” e da “redenção”. Segue os ensinamentos de Jesus Cristo, condensados em seu único mandamento: “Ama o próximo como a ti mesmo, para que possas amar a Deus acima de tudo”. Não é nova a revelação, porque a revelação é Una é o pensamento através do tempo, expresso em conhecimentos. DEFINIÇÃO : Definiríamos a Umbanda como: “O CONJUNTO DOS CONCEITOS E PROCESSOS DE ORDEM FILOSÓFICA, CIENTÍFICA E RELIGIOSA, COM A FINALIDADE DE EVOLUÇÃO MATERIAL ESPIRITUAL DAS FORÇAS INTRÍNSECAS E EXTRÍNSECAS QUE REGEM O HOMEM”.
103.1.2.4 - UMBANDA UNIVERSAL E MATER
O caráter de “Conhecimento, Revelação e Tradição”, assegura à “Umbanda” sua “Universalidade” nos diversos matrizes da “Filosofia, Ciência e Religião”: É o que se conclui, por dedução do que nos conta a sua origem. É a “Mater Filosofia-Ciência-Religião” una em seu trino aspecto básico, fonte primitiva de “Quando o Mundo não era Mundo”, de onde brotam, através dos tempos, os atuais “Conceitos Universais”.
103.1.2.5 - UMBANDA NO BRASIL:
Embora a Umbanda seja universal, a sua exteriorização vária com o povo que a prática. Já no tempo histórico, em nosso “Arabutã” (Brasil), existe uma forma de Umbanda que iniciou em “13 de Maio de 1500”, com a primeira missa rezada pelo Frei Henrique de Coimbra. Assim, reporto-me porque foi o ponto inicial, quem sabe, da assimilação litúrgica pelos nativos, por imitação e por mímica, sem conhecer o significado oculto do “Gesto” ante o altar e a cruz.. Habitava, por essa época, a nossa terra, o seu dono, por posse e assentamento, o “aborígine brasileiro”, os “brasis”. Chega o branco ao Continente Sul-Americano, ávido de riqueza e de retorno a sua Pátria, mas termina se fixando no novo “Habitat”, mesclando seu culto religioso com os do ameríndio. Por escravidão, aportou às plagas brasileiras, o Negro, proveniente dos mais variados rincões africanos e, aqui, mistura seus ritos, que já não eram puros na origem (África), com os do “Índio brasileiro” e o homem importado. Com três raças em contato, com três culturas se beirando, era fatal a troca, o sincretismo, e foi o que aconteceu lá pelos idos das primeiras colonizações pelas sucessivas levas de Negros.
Os vários
cultos africanos se “amalgamaram” a princípio, entre si, e depois com as
religiões brancas :
Catolicismo e espiritismo. (nota de Ocipalede:
amalgaram-se também, com a do ameríndio-cabôclo). De modo que temos, em
ordem crescente de sincretismo :
l) Jèje-Nagò (nota de Ocipalede: ambos de origem Sudanês). 2) Jèje-Nagò-Muçulmi ( nota de Ocipalede: Negro de cultura Árabe). 3) Jèje-Nagò-Bântu ( nota de Ocipalede : outro grupo lingüístico e pobre em rituais). 4) Jèje-Nagò-Muçulmi-Bântu; 5) Jèje-Nagò-Muçulmi-Bântu-Ameríndio; 6) Jèje-Nagò-Muçulmi-Bântu-Ameríndio-Espírita; 7) Jèje-Nagò-Muçulmi-Bântu-Ameríndio-Espírita-Católico. O sincretismo continuou, estendendo-se por todo o País.
Outras
correntes de pensamentos chegaram, como a Teosofia, o Protestantismo
e o Rosacrucianismo, para enriquecer o manancial de conhecimento
litúrgico da Umbanda Brasileira, por assim, chamar, pois de fato, a não ser
didaticamente, não há distinção da Umbanda Universal, já que a “Umbanda e
Una”, sendo, apenas polimórfica.
Não há
dúvida de que “Ela é Sincrética; faceta brasileira, com “nada de seu”,
porém, por sua origem “Universal e Mater”, “tudo” lhe pertence, como até o
próprio nome, que de fato lhe é exclusivo.
A Umbanda, atualmente, já superou a fase de “recolhimento”, isto é, superou a fase sincrética, a fase involutiva, com retorno à processos, por vezes arcaicos, calcados em rituais bárbaros, sem fundamento “Esotérico”que se perdeu no “Tempo”. O fato geral: “perde-se o “ensinamento e fica-se com o ritual”. ( Hoje, em pleno século XXI, vejo como grande inimigo da Umbanda, a essa coisa que estão criando, como, um novo culto em substituição da Umbanda, que é para Entidade Èsú, outorgando-lhe poderes indevidos, como sendo, superior, igual aos demais, Caboclos Òrìsàs.). Despontando a aurora do conhecimento esotérico no meio umbandista, a “alfa da evolução”, nos indicando a senda do ecletismo, requer, ao trilha-la, por eliminação, por expurgo e por substituição, as formas menos espiritualizadas pela “estabilidade”espiralada da evolução que é a “própria Umbanda” no ecletismo da revelação e da seleção, na aquisição de conhecimentos filosóficos e científicos. Eis, pois, a meta da Umbanda no Brasil : “O ecletismo universal evolutivo”.
103.1.2.6
- FUNDAMENTOS DA UMBANDA (A LEI):
INTRODUÇÃO:
A mediunidade e a filantropia são atributos individuais, intrínsecos do “Homem” e independentes das correntes de pensamentos a que pertença. As vestes brancas, em reuniões espirituais, são usadas através dos tempos. Freqüentar reuniões umbandistas, qualquer pessoa poderá fazer, levada por inúmeros motivos, tais como, a curiosidade ou a necessidade de bálsamo para sofrimentos físicos ou Morais, etc...
Alguns fazem como certos prosélitos de outros cultos, e a exemplo, citamos
Católicos que dizem: “sou Católico mas não aceito a confissão nem comunhão”.
Estes, certamente não são Católicos. O Católico é aquele que segue os
mandamentos de Moisés, chamados “Mandamentos de Deus e os Mandamentos da
Igreja Católica Apostólica Romana”.
Exercer, portanto, a mediunidade e a caridade, freqüentar reuniões
umbandistas, usar vestes brancas e ter restrições aos “Fundamentos da
Umbanda”, não é ser “umbandista”. E sim, quem poderia afirmar, simpatizante.
Porque, umbandista consciente, é aquele que aceita os “Fundamentos” emanados
dos básicos aspectos:
“Filosófico, Científico e Religioso da Umbanda”. Só assim têm sentido a frase: “Sou Umbandista”, “Sou da Lei”. |
Título A.U.P.L UMBANDA BRANCA DO CABOCLO GIRASSOL ASSOCIAÇÃO UMBANDISTA PONTO DE LUZ Nosso atendimento é sem fins lucrativos. nossos trabalho são realisados aos sabados aparti das 20 horas, com giras abertas para todos os publicos Rua: Inacio Monteiro,1.275 Cohab Inacio Monteiro São Paulo. 2556-4084 Pai Dermeval Oxóssi , 2074-3259, ou Tel: 9 6503-1073 Wilton
sábado, 4 de fevereiro de 2012
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